Eu não sei por que respondo a sua pergunta, já que você vai dar MR para um idiota qualquer que diz que os fósseis são a única evidência da evolução e que estão ausentes ou coisa assim...
De qualquer forma, o trabalho do Lenski demonstrou vários mecanismos evolutivos em laboratório: o surgimento de mutações no código genético, a fixação na população de mutações benéficas, o desaparecimento de mutações deletérias, e o surgimento de novas características através da mutação.
Não sei de nenhum outro estudo tão extenso para demonstrar a evolução em laboratório. Na natureza existe o trabalho com os tentilhões de darwin, nas Ilhas Galápagos, que também demonstrou que pressões ambientais forçam a mudança do perfil genético da população. No caso, um período de seca produziu sementes mais duras e os tentilhões que delas se alimentam sofreram uma pressão que favoreceu os indivíduos com o bico mais forte. Nas gerações seguintes o tamanho médio dos bicos daquela espécie de tentilhões se modificou seguindo a pressão natural por bicos mais fortes.
Fora isto há os casos documentados de evolução, como os lagartos nas ilhas do mar Adriático. Uma espécie predominantemente insetívora foi introduzida em uma ilha onde haviam poucos insetos e mais plantas. Depois de 30 anos a ilha foi visitada novamente, e a espécie de lagartos estava diferente, o intestino desenvolveu um ceco e uma válvula celíaca, o maxilar ficou mais forte, a cabeça ficou menor (para permitir a mastigação de folhas) e o lagarto que originalmente era ágil se tornou mais lento. Além disso foi constatada também a presença de um simbionte novo no intestino, que permitia ao lagarto digerir a celulose.
Outro caso documentado é o dos ciclídeos de lagos africanos. Eles só existem naqueles lagos e, pelo registro geológico, sabemos que a cada 70.000 anos ou coisa assim aqueles lagos secam completamente, e a última vez que os lagos se encheram foi a coisa de 12.000 anos. Neste período os lagos foram invadidos por uma espécie de ciclídeo comum nos rios da região, mas que dentro do lago passou a ocupar outros nichos ecológicos e a se diversificar em mais de 300 espécies únicas.
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Considerando o material no site animals.about.com, os processos básicos de descendência com modificação são quatro: mutação, migração (ou separação de populações), deriva genética e seleção natural. A mutação produz variação genética, a migração fornece diferenças entre populações de uma mesma espécie, dando origem a duas espécies diferentes, a deriva genética é uma mudança na frequência de um alelo sem haver pressão seletiva, e a seleção natural elimina os genes que são desvantajosos para o animal.
O site Evolution 101 (o site em português eu já passei na pergunta anterior) apresenta como "mecanismos da evolução" o seguinte:
1. descendência
2. mecanismos de mudança (mutação, migração, deriva genética e seleção natural)
3. variação genética
4. deriva genética
5. seleção natural
6. coevolução
E resume em três pontos a evolução:
1. variação genética (e fenotípica)
2. reprodução diferencial (indivíduos com certas características produzem mais descendência que os que não tem aquelas características
3. hereditariedade - as características que dão sucesso reprodutivo são repassadas à próxima geração
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Existem evidências de variação genética com o passar das gerações? Existe. O trabalho do Lenski, com bactérias em laboratório, é uma evidência cabal disso, as bactérias são sequenciadas geneticamente para saber se houveram mutações, e quais as mutações que se fixaram, e isto demonstrou cabalmente as mutações.
Mutações criam nova informação? Certamente que sim! |Um novo caminho bioquímico não pode surgir apenas por um rearranjo de um caminho existente, é preciso uma mudança nos genes que codificam este caminho bioquímico, e isto já foi demonstrado em várias populações de bactérias, tanto em laboratório, como no caso do trabalho do Lenski, quanto na natureza, como o surgimento de bactérias capazes de digerir o nylon. As bactérias são campeãs em mutações por que as gerações se sucedem com rapidez impressionantes, e o ambiente em que elas vivem é tão radical que qualquer mutação positiva acaba se espalhando como fogo em palha pela população.
A deriva genética de populações isoladas já foi demonstrada? Com certeza, e não só no caso do trabalho do Lenski, até mesmo o exame genético de populações humanas demonstrou derivas genéticas em populações isoladas. Em vários momentos a humanidade esteve para se dividir em duas espécies diferentes.